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Repórteres sem Fronteiras (http://www.rsf.org)
Comunicado de imprensa   

18.04.2012

GUINE-BISSAU

Golpe de Estado de 12 de Abril : após o black-out, a censura militar

Seis dias depois do golpe de Estado na Guiné-Bissau, no decorrer do qual foram detidos o Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino Raimundo Pereira, Repórteres sem Fronteiras constata graves entraves ao direito de informar neste país da África do Oeste: jornalistas ameaçados, black-out da informação, meios de comunicação censurados... Solicitamos ao poder militar que restaure o direito da imprensa a informar livremente.

 

“O golpe de estado de 12 de Abril suscitou sérios obstáculos à liberdade de informar, um direito vital neste período de agitação política. Após um black-out informativo, durante o qual o conjunto dos canais de televisão e estações de rádio foi encerrado, foi instaurado um controle dos conteúdos dos meios de comunicação pelas autoridades militares. Esperamos que o regresso à normalidade política e institucional prometida pela junta no poder trará consigo o restabelecimento total das actividades dos média”, declarou Repórteres sem Fronteiras.

 

A 16 de Abril de 2012, teve lugar um encontro entre o comando militar e os directores dos vários órgãos de imprensa no intuito de permitir a reabertura dos meios de comunicação suspensos. No entanto, os militares colocaram como condição a proibição de mencionar as manifestações organizadas na capital. A junta justifica esta medida com o seu objectivo de “construir a paz e a unidade nacional”. Repórteres sem Fronteiras denuncia o estabelecimento de uma censura militar que está por trás desta medida.

 

Para além dos frequentes cortes de electricidade e das perturbações das telecomunicações que impedem os jornalistas de efectuar convenientemente o seu trabalho, a totalidade das rádios e a televisão viram-se impossibilitadas de emitir os seus programas ou difundir informações durante o fim-de-semana, já que o comando militar suspendeu as actividades dos jornalistas em nome da “coesão nacional”. “Quem não obedecesse a estas ordens estava sujeito a duras represálias ou a viver na clandestinidade”, confiou uma fonte de Repórteres sem Fronteiras. Só a Rádio Nacional, a estação de rádio pública da Guiné-Bissau ocupada pelos militares, emitia música e comunicados do exército apelando à calma.

 

A 13 de Abril, o célebre blogger António Aly Silva (Ditadura do Consenso, http://ditaduradoconsenso.blogspot.pt), foi detido e agredido pelos militares por estar a tirar fotografias de instalações militares. Libertado algumas horas depois, o seu material foi confiscado.

 

No mesmo dia, horas depois do ataque à residência do Primeiro-ministro, os militares controlavam as entradas e saídas das instalações da rádio portuguesa RDP África. Os jornalistas da RDP África terão mesmo sido ameaçados por militares armados e despojados do seu material e câmaras.

 

Situada na 75ª posição entre 179 países na Classificação da Liberdade de Imprensa 2011 elaborada por Repórteres sem Fronteiras, a Guiné-Bissau tem sido regularmente vítima de golpes de Estado desde a sua independência, em 1974. As violências das forças de segurança, juntamente com aquelas perpetradas por personalidades ligadas ao narcotráfico, alimentam um ambiente nefasto para a emancipação da liberdade de imprensa e o exercício do jornalismo. Em 2007, Repórteres sem Fronteiras publicou um relatório intitulado “Cocaína e golpes de Estado, fantasmas de uma nação amordaçada”.

 

Ler o relatório: http://en.rsf.org/guinea-cocaine-and-coups-haunt-gagged-12-11-2007,24330.html


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GUINEE-BISSAU


Coup d'Etat du 12 avril : après le black-out, la censure militaire

Six jours après le putsch survenu en Guinée-Bissau, lors duquel le Premier ministre Carlos Gomez Junior et le président intérimaire Raimundo Pereira ont été arrêtés, Reporters sans frontières constate de graves entraves au droit d'informer dans ce pays d'Afrique de l'Ouest : journalistes menacés, black-out de l'information, médias censurés... Nous appelons le pouvoir militaire à restaurer le droit de la presse à informer librement.

 

"Le coup d'Etat militaire survenu le 12 avril 2012 a entraîné de graves atteintes à la liberté d'informer, pourtant vitale en cette période de troubles politiques. A un black-out de l'information, où l'ensemble des chaînes de télévision et de radio ont été fermés a succédé un contrôle par les autorités militaires des contenus médiatiques. Nous espérons que le retour à la normalité politique et institutionnelle promis par la junte au pouvoir aboutira à un rétablissement total de l'activité des médias", a déclaré Reporters sans frontières.

 

Une rencontre a été organisée le 16 avril 2012 entre le commandement militaire et les directeurs des différents organes de presse afin de permettre la réouverture des médias suspendus. Les militaires ont cependant conditionné celle-ci à l'interdiction d'évoquer les manifestations qui ont lieu dans la capitale. La junte invoque un objectif "de construction de la paix et de l'unité nationale" pour justifier cette injonction. Reporters sans frontières dénonce dans cette mesure la mise en place d'une censure militaire.

 

Outre les fréquentes coupures d'électricité et les perturbations des moyens de communication empêchant les journalistes d'effectuer pleinement leur travail, l'ensemble des radios et la chaîne de télévision n'ont pu émettre leurs programmes, ou transmettre des informations pendant le week-end. Le commandement militaire avait en effet suspendu toutes les activités des journalistes au nom de "la cohésion nationale". "Quiconque aurait contrevenu à ces ordres aurait été exposé à de sévères représailles, ou à vivre dans la clandestinité", a confié une source de Reporters sans frontières. Seule Radio Nacionale, station de radio publique de Guinée-Bissau occupée par les militaires, diffusait de la musique et les communiqués de l'armée appelant au calme.

 

Le 13 avril, alors qu'il photographiait des installations militaires, le célèbre blogueur António Aly Silva (Didatura do Consenso, "la dictature du consensus", http://ditaduradoconsenso.blogspot.fr) a été arrêté et frappé par des militaires. Le journaliste a été relâché quelques heures après son interpellation, mais son matériel a été confisqué.

 

Le même jour, quelques heures après l'attaque de la résidence du Premier ministre, les militaires contrôlaient les entrées et sorties des locaux de RTP-Africa, un média portugais. Les reporters de RTP-Africa auraient été menacés armes au poing par les militaires, tandis que du matériel et des caméras leur auraient été subtilisés.

 

Située à la 75e place, sur 179 pays, dans le classement mondial 2011-2012 de la liberté de la presse établi par Reporters sans frontières, la Guinée Bissau, depuis son indépendance en 1974, est régulièrement touchée par des coups d'État. Ces violences des forces de sécurité, ajoutées à celles de personnalités liées au narcotrafic, contribuent à produire un environnement néfaste pour l'émancipation de la liberté de la presse et l'exercice du journalisme. En 2007, Reporters sans frontières avait publié un rapport de mission intitulé "Cocaïne et coups d'Etat, fantômes d'une nation bâillonnée".

 

Voir le rapport : http://fr.rsf.org/guinee-cocaine-et-coup-d-etat-fantomes-d-12-11-2007,24329.html


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GUINEA-BISSAU


News blackout and military censorship follow coup


Last week’s coup in Guinea-Bissau, in which Prime Minister Carlos Gomez Junior and Interim President Raimundo Pereira were arrested, has been followed by grave violations of the right to information, including threats to journalists, a news blackout and media censorship. We urge the new military government to restore the media’s right to report news freely.

 

“The 12 April military coup has led to serious restrictions on the freedom to report news and information, although this is vital at times of political unrest, Reporters Without Borders said. “A news blackout, in which all radio and TV stations were closed, has been followed by military control of media content. We hope that the return to political and institutional normality promised by the ruling junta will result in full restoration of media activity.”

 

At a meeting with media executives on 16 April, the military high command said they could resume operating as long as they did not mention that protests that have been taking place in the capital. The goal of “constructing peace and national unity” was cited as grounds for this restriction. Reporters Without Borders regards it as the introduction of military censorship.

 

As well as frequent power cuts and disruption of communications that prevented journalists from working properly, no radio or TV station was able to broadcast programmes or news reports during the weekend after the military high command suspended all media activity for the sake of “national cohesion.”

 

“Anyone contravening these orders would have been exposed to severe reprisals or would have had to go into a hiding,” a media source told Reporters Without Borders. Only Guinea-Bissau’s state-owned Radio Nacionale, which is occupied by soldiers, continued to broadcast music and military communiqués appealing for calm.

 

António Aly Silva, a well-known blogger, (Didatura do Consenso, “Dictatorship of Consensus”, http://ditaduradoconsenso.blogspot.fr) was arrested and beaten by soldiers while he was photographing military installations on 13 April. They released him a few hours later but confiscated his equipment.

 

A few hours after attacking the prime minister’s residence on 13 April, soldiers began controlling everyone entering and leaving the premises of RTP-Africa, a Portuguese news media. Soldiers threatened RTP-Africa journalists at gunpoint and stole cameras and other equipment from them.

 

Ranked 75th out of 179 countries in the 2011-2012 Reporters Without Borders press freedom index, Guinea-Bissau has undergone frequent coups since independence in 1974. As a result of violence by the security forces and by individuals linked to drug trafficking, the climate is rather hostile for journalism and media freedom.

 

Reporters Without Borders issued a report on Guinea-Bissau in 2007 report entitled “Cocaine and coups haunt gagged nation.”


Read the report: http://en.rsf.org/guinea-cocaine-and-coups-haunt-gagged-12-11-2007,24330.html


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Ambroise PIERRE
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